Cálculo inclui manutenção dos cavalos, gastos com indumentária e inscrições em provas. No ano passado, foram 3.264 rodeios no Rio Grande do Sul, 15% a mais que em 2022.
Um estudo inédito realizado pela universidade Feevale, de Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, aponta que os rodeios crioulos movimentam R$ 2 bilhões por ano no Rio Grande do Sul. Os dados foram apresentados no Rodeio Internacional de Vacaria nesta terça-feira (6).
Os números consideram vários aspectos. Despesas com indumentária dos laçadores chegaram a R$ 29,5 milhões, por exemplo. Já a manutenção dos cavalos foi calculada em R$ 375 milhões, enquanto o aluguel de gado alcançou R$ 241 milhões.
As inscrições para provas somaram R$ 980 milhões. Custos com trajes, ensaios, montagem de coreografias e transportes para grupos de danças, o que inclui festivais como o Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart) e o Concurso Estadual de Danças Tradicionais Categoria Juvenil, totalizaram R$ 300 milhões.
Realizada em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do estado, a pesquisa é parte de um levantamento que está mapeando toda a cadeia produtiva da tradição gaúcha. O estudo deve fomentar políticas públicas e apoio privado para fomentar e qualificar a cadeia produtiva do setor.
“Temos aí uma serie de atividades voltadas aos rodeios, que são atividades que dão sustentação a muitas famílias. E toda essa economia, ela acaba desenvolvendo e gerando emprego e renda”, diz Ernani Polo, secretário estadual de Desenvolvimento Econômico.
Para chegar ao valor, que surpreendeu os próprios pesquisadores, foram distribuídos mais de 800 questionários entre patrões de CTGs e organizadores de eventos. Também foram consultados representantes de entidades como a Federação Gaúcha de Laço e o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG).
“Isso vai dar luz à movimentação financeira e à toda essa questão da cadeia produtiva, principalmente à geração de emprego e renda. Então, os incentivos para projetos culturais, com leis de incentivo público, e também iniciativa privada, que tem uma oportunidade muito forte de entrar no segmento para lucrar com toda essa movimentação, com toda essa população que está envolvida, não só na infraestrutura, mas com os visitantes”, conta José Moura, economista da Feevale.